Quem odeia cheiros corporais tende a ser de direita, diz estudo


É o que aponta uma pesquisa da Universidade de Estocolmo e do Colégio Sueco de Estudos Avançados. Segundo o estudo sueco, o sentimento de nojo pode estar ligado a uma discriminação social, ligado ao sentimento primitivo de evitar a transmissão de doenças de desconhecidos ou ambientes inexplorados.

“Nós acreditamos que atitudes autoritárias podem, pelo menos em parte, estar ligadas à biologia”, afirmou Jonas Olofsson, coautor do estudo. Olofsson e sua equipe partiram de pesquisas prévias em que pessoas que se identificavam como conservadoras sentiam uma aversão maior a imagens consideradas revoltantes. Daí, eles questionaram se a resposta de indivíduos em cenários específicos, como o cheiro, tinha uma associação semelhante.

“Achamos que o olfato pode estar na raiz do sistema de detecção de patógenos, então a repulsa a odores corporais pode ser a forma mais primitiva e básica de detectar esses patógenos”, disse. Os participantes do estudo responderam questionários de diversos assuntos, incluindo seu nível de liberalismo social, fiscal e moral e o grau de nojo em certas situações como “sentar ao lado de alguém que tem manchas vermelhas no braço” ou “você está ao lado de um amigo e percebe que seus pés têm um cheiro forte”.

As pessoas também indicaram o quanto concordavam com 15 afirmações ligadas ao autoritarismo de direita tal qual “nosso país precisa de um líder poderoso para destruir as correntes radicais e imorais que prevalecem na sociedade hoje”. Contudo, apesar da ligação encontrada, Olofsson alerta que os sentimentos de repulsa não são imutáveis. “Apesar de o nojo ser uma emoção primitiva que está enraizada na nossa sobrevivência biológica, ele ainda pode ser alterado”, afirmou.

Com The Guardian
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