Por falta de salada, mercado negro da alface surge na Inglaterra


Uma tempestade nos campos do mediterrâneo fez com que supermercados e quitandas criassem um sistema de racionamento de saladas e vegetais. A medida desagradou os ingleses, que acabaram criando um mercado paralelo para a venda de produtos escassos.

Na última quinta-feira (2), as redes de supermercados Tesco e Morrison, por exemplo, lançaram uma política impedindo que os clientes comprem mais de três pés de alface americana vindos da Espanha, em uma tentativa de manter os estoques. Restaurantes e lanchonetes foram acusados de estarem contribuindo para as restrições ao varejo, pois conseguem comprar produtos em grandes quantidades.

Os produtos passaram a ser comercializados, inclusive, de maneira online. Um post no site de vendas Gumtree oferecia uma caixa de alface, que costuma ter o preço médio de 5 euros, por 50 euros. O anúncio dizia “Uma caixa de alface americana recém-colhida. Há uma escassez dessas belezinhas, então o preço está mais alto por causa da demanda”.

Mas a falta de alface, segundo alguns especialistas, pode fazer com que outros produtos cultivados na Inglaterra ganhem espaço. “Nós deveríamos usar os vegetais sazonais da Inglaterra, já que eles são precificados racionalmente e promovem uma dieta variada. Ao depender de importações, perdemos o prazer de esperar por coisas como aspargos e frutas na primavera”, afirmou Alan Titchsmarsh, jardineiro celebridade.

A expectativa das autoridades é de que a oferta de vegetais e folhas se estabilize em abril. Enquanto a nova safra não chega, o setor do agronegócio inglês viu seus números saltarem nas últimas semanas. O porta-voz do Departamento de Meio Ambiente, Comida e Assuntos Rurais (Defra, em inglês), afirmou que o governo está monitorando a situação. “Claramente, há uma situação causada pelo tempo ruim no continente europeu e isso está afetando as plantações. E os supermercados estão trabalhando duro para corrigir qualquer problema na logística de oferta”.
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